Arthur durante a produção do documentário Assentamentos Sustentáveis (IPAM)/Foto: Thiago Foresti
Invisíveis durante os takes, os profissionais do som criam o ritmo do filme.
Em sets de gravação, o momento em que o diretor pede silêncio é um dos mais emblemáticos. Mas a captação do som é de responsabilidade de outros profissionais, como técnicos e microfonistas. O trabalho, no entanto, não termina nas filmagens.
“A edição é um processo muito musical – tem a ver com ritmo, tem a ver com a criação do clima, tem a ver com sentir e bons editores entendem sobre música e o seu valor e peso.” Este reconhecimento do papel do som nos filmes partiu do produtor executivo da TV Lion da Inglaterra, Richard Bradley. O profissional de som Arthur Santos, parceiro da Forest, concorda: “Se a imagem é mais importante que o som? Imagina! Os dois são essenciais para a produção de um bom filme”.
Um vídeo bem feito cria um mundo sonoro e garante o envolvimento emocional do público com a história – seja no documentário, seja na ficção. É possível criar mundos fantasiosos com os sons. Por exemplo, em Jurassik Park, o ruído dos dinossauros foi feito com gravações de corujas, raposas e outros animais.
Arthur atuou no som direto para o documentário sobre os “Assentamentos Sustentáveis na Amazônia”, como microfonista, e para a minisérie “Cidade Invisível”, como técnico de som. Segundo o professor da USP João Godoy, o som direto é a captação sonora em sincronia com as imagens em uma realização audiovisual. Na equipe de realização, o técnico define as estratégias de captação de som e zela pela qualidade do registro sonoro.
“O bom profissional de som não é visto e nem interfere nas gravações”, relatou Arthur. No entanto, apesar de ser invisível no set, ele deve ter uma boa sinergia com a equipe para manter o silêncio e garantir que nada atrapalhe a captação do som. A responsabilidade é grande e exige um detalhismo impecável. Um erro mínimo na captação pode comprometer horas de gravação que não podem ser refeitas.
“O projeto mais desafiador que eu participei na Forest foi, sem dúvidas, o dos assentamentos sustentáveis. Nele eu fui o técnico de som e, portanto, a responsabilidade foi muito maior. Além disso, envolveu deslocamentos para locais de difícil acesso.” O profissional deve estar preparado para diversas situações, inclusive os deslocamentos em longas distâncias. Para isso, o Arthur, conta com equipamentos portáteis e de fácil transporte, mas sempre potentes
A dica do Arthur para os interessados na área é: “gostar de trabalhar em equipe e contar com outros profissionais que ajudem na produção durante as gravações.”