Storyboard: uma história em quadrinhos para o planejamento de filmes

 

Cena de storyboard da “Cidade Invisível” (Imagem: William Jungmann)

Reduzir tempo e custos é um dos objetivos das ferramentas usadas na pré-produção audiovisual

A emoção expressa pelos olhos do personagem ou uma visão geral do cenário para contextualizar a ação? De simples a complexas, muitas são as decisões que passam pelo dia a dia do diretor, antes mesmo de gravar uma única cena. O planejamento de um filme, série ou comercial é essencial para evitar desperdícios de tempo ou de dinheiro. O storyboard é uma das ferramentas que auxiliar na fase de preparação, ou pré-produção.

Mas, afinal, o que é storyboard? É uma maneira visual de apresentar o roteiro com desenhos para cada ação ou cena, detalhando planos e movimentos de câmera. A aparência final é muito parecida com uma história em quadrinhos. Segundo o artista de storyboard da série “Cidade Invisível” da Forest Comunicação, William Jungmann, essa é “a forma mais prática de visualizar a história sem ter custo”. Afinal, quando as cenas são ilustradas antes, o diretor pode “dar uma espiadinha” no produto e fazer as adequações necessárias. A explicação é de Jennifer Albright, artista de storyboard com trabalhos realizados para a Fox Sports Marketing.

Cena de storyboard da “Cidade Invisível” (Imagem: William Jungmann)

William entrou na área a partir da confecção de storyboards para projetos de animação. O interesse inicial era pelos processos de storytelling ou “contação de histórias”. O espírito autodidata do profissional também contribuiu para o estudo de arte conceitual voltada para filmes e jogos. “Eu gosto muito de estudar áreas diferentes da produção”, justifica. Com formação em Desenho Industrial pela Universidade de Brasília (UnB), William compreende que é papel do designer projetar uma ideia que segue para uma linha de produção com profissionais de diferentes formações. Ou seja, é essencial planejar o produto e interagir com os vários campos do conhecimento.

“O Storyboard é uma influência na produção porque é um rascunho visual do que vai ser gerado”, informa William. Na série “Cidade Invisível”, as reuniões com os diretores gerais e eventualmente com o diretor de fotografia serviam para a leitura do roteiro página por página, detalhando cada cena. A dinâmica entre os personagens já estava definida, mas o artista teve espaço para fazer sugestões e trabalhou ativamente para garantir a coerência espacial.

Essa foi a estreia de William com storyboard fora do universo da animação. O desafio foi se apropriar da liberdade do movimento da câmera, elaborando desenhos para interpretar a profundidade de campo, os ângulos escolhidos e os usos das lentes.

A “Cidade Invisível” aborda o tema do trabalho escravo contemporâneo e será transmitida por canais públicos de televisão a partir de janeiro de 2017. Anote a data na sua agenda para apreciar o resultado final da produção!